sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nanoférias

A última vez que consegui ficar tantos dias só no mode descanso foi quando arranquei, de uma vez só, três cisos.
Okei, não foi o melhor dos descansos, mas confesso que após tanto tempo trabalhando em feriados santos, bundalelísticos, natais, e tudo o mais que viesse, qualquer 3 dias sem fazer nada já é uma alegria.
Mas a questão é que o corpo não pára se a cabeça não pára.
Dessa vez, nestes 4 dias que tenho só pra mim, fico procurando coisas a serem feitas.
Com um pensamento revolucionário e bem idiota, decidi não trazer nada da faculdade (que infelizmente encontra-se numa situação trágica, em greve e com muita roubalheira), não trouxe livros pra ler, trabalhos a fazer. Vim com as mãos vazias e com a cabeça decidida a executar o simples ato de fazer nada.
Mas não consigo, talvez seja o costume, talvez seja algo bem mais grudado em mim.
Faço minha Beatlesterapia, procurando algum e-mail que não tenha sido respondido, algum orçamento por fazer, uma planilha que esqueci de entregar.
Confesso, estou à procura de algum trabalho.
É estranho ficar tanto tempo sem fazer nada, sem se preocupar com horários - difícil passar um dia inteiro sem olhar para o relógio.
Pensei em assistir um filme, mas meu cérebro me boicota e grita bem alto que não é isso que ele quer.
Cigarros e cigarros, a fumaça que lembra café, que lembra trabalho, que lembra que amanhã eu não preciso acordar cedo...
Confesso também que dormir de tarde é uma arte, é um prazer raro. Atirar-se numa cama às quatro da tarde e acordar com o sol já posto, e com uma lua enorme, iluminando todo um rio, é algo fantástico.
Confesso também que já incomodei a chefe via msn, perguntanto se não há nada que eu pudesse fazer esse findi.
Acho que me perco sem rotina, sem trabalho, sem o cheiro do café forte passado.
Deve ser por isso que estou aqui escrevendo. Acho que desaprendi a só curtir o tempo. Só deixar ele passar.
Gosto sempre de pensar que somos donos do tempo, colocando limites em entregas, roteiros do que deve ser feito.
Até que um dia aparece um feriadão e descobre-se que o tempo é todo livre, que o tempo se mostra assim, sem amarras, que a velocidade quem dá é a gente.

Até que uma hora aparece um cãoduca, que abre a porta de casa, me pega pela mão - sim, quem o conhece sabe do que ele é capaz - e me leva pra ver a Lua.
Com ele no meu colo, um cigarro entre as mãos e um vinho pra esquentar, me perco no tempo.
E agora a única coisa que penso é que o tempo é a gente quem faz.


"Tempo amigo seja legal.
Conto contigo pela madrugada.
Só me derrube no final."

Pato Fu

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tranquilo, tranquilo.

Minha cabeça sempre tá criando textos.
Uma música, um cheiro, uma situação, tudo torna-se texto nessa cabeça doida.
Minha cabeça sempre peca na memória.
Falta-me lembrar do contexto daquele que, dentro da minha cabeça, seria meu melhor texto.
Falta-me tempo para escrevê-lo na hora em que ele se cria, assim, quase que pronto, esperando para ser lido.
Nesse monte de frases, mais me sobra do que falta.
E aí fica um monte de palavras sortidas, com letras coloridas, mergulhando na minha mente. Uma hora eu junto tudo, faço um texto sobre o fim do mundo e ainda espero o leitor rir.
Um dia eu levo esse blog a sério.
Talvez eu até me leve mais a sério e aprenda que a vida não é sór rir.
Talvez, quem sabe, um dia...
Até lá vou criando letras, textos, mudando o sentido das palavras e do por vir.
A vida é uma surpresa, quase tão divertida quanto a minha cabeça.
O sorriso é bom de se levar.
E na paráfrase, o Reis avisa, "vai tranquilo, que o mundo é bão!".