sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sur-real

Tô meio aqui, meio ali...
Foda-se
Não paro de escrever.
Agora foi.
Texto velho.
Meio meio assim, não é dos melhores. Mas é o que se tem.

Baseado numa história surreal

Estavam juntos há uns dois meses. Se divertiam, passavam horas junto e gostavam de ser companhias.
Mas ela sentia falta de algo. E esse algo era o sexo.
Comentava com as amigas o fato de não ter demonstração nenhuma da parte dele.
As amigas já tinham suas teorias: “ele tem pau pequeno”, “ixi, certo que é broxa”, “ele é virgem”, “essa situação eu conheço, é gay”. A que só ouvia nas primeiras reclamações, chegou ao veredito: “certamente ele ainda é virgem , já que tem o pau pequeno e pra piorar, é broxa. E além do mais, ele não tá bem certo sobre sua orientação sexual”.
Decidida a descobrir o que causava o não querer sexo para o menino, ela seguiu insistindo. Convidava-o para sair, para ir ao seu apartamento; até dormiram juntos algumas vezes, sem que nada acontecesse, nem mesmo a perspectiva.
Ela encheu o saco. Cansou de dar indiretas; as amigas sugeriam que ela se pelasse na frente dele e esperasse pra ver a reação. Achava essa proposta radical demais.
Decidiu acabar com tudo, achava melhor não se envolver mais, algum blá blá blá.
Não mais se viram.
Ela saiu com outras pessoas, teve o que procurava e precisava.
Em uma sexta-feira, quando chegava em casa, havia um e-mail ainda não lido. Era dele.
Dentro do e-mail duas frases: “Achei que com a gente era diferente, e quis mesmo ser cavalheiro, sem forçar nada. Acho que errei.”
Cavalheirismo... Essa hipótese não havia sido pensada.
Cavalheirismo...
Deleta-se o e-mail.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Não sei se esse blog continua.
Acredito que eu até o deixe aqui, só pelo espaço. Só pelo ter.
Ando sem a mínima vontade de fazer ele continuar. Poderia até dizer que não tenho tempo pra escrever.
Mentira, eu ainda escrevo, só não me sinto confortável pra postar.
O que escrevi aqui sempre teve partes de mim, mesmo misturadas a minha doida imaginação.
De algum modo, eu me escrevia aqui.
E como uma boa canceriana, agora não é hora de tá no mar, nem na beira.
Agora eu me sinto melhor bem dentro da minha conchacascacasa.
Tô guardando o melhor e o pior de mim.
Um dia eu publico tudo o que eu escrevo.
Ou invento.
Sabe-se lá.
Sempre vai ter alguém pra acreditar.


"Quem sabe eu volte cedo, ou não volte mais."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Das coisas que se quebram

Decepção é uma merda.
Aquela merda bem merdosa sabe?

Sempre coloquei a amizade acima de qualquer coisa - exceto por dois anos e oito meses (amadorismo) - e sempre tive reciprocidade nessas relações de amor.
Sim, porque amizade é a melhor forma de dar e obter amor. Diferente do amor bíblico, amizade não é egoísta, desenvolve-se o elo exatamente por que se sente.
Não há como ter amizade sem a condescendência da outra parte. Não há amizade sem conhecimento, sem intimidade, sem o tal do confiar.
Às vezes, involuntariamente, machuca-se o amigo, mas o respeito nos faz entender, perdoar, rir juntos e deixar isso passar.
Mas às vezes, e essas são as piores, algo bem lá dentro muda.
Não se sabe o que é, só se sente.
Porque sempre se espera o entender, mas jamais o culpar.
E então de repente, pensa-se no tanto do priorizar, e espera-se o mesmo. E é aí que se sente o egoísmo, e aí perde-se o brilho.

Meu ânimo e disposição dessa manhã (que me acompanham há dias) acabaram de cinzear.
Quando se espera demais, a resposta é sempre um vazio.

Das coisas que se quebram.







"Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos."

Charles Chaplin