Sempre acreditei em histórias de Príncipe, acho que já escrevi algo sobre isso aqui nesse blog.
Lembro que quando pequena, assistia encantada a histórias de Princesas e seus viveram felizes para sempre.
Na verdade até hoje entro em estado de encantamento, canto as músicas, giro pela sala como se também tivesse um vestido encantado e bufante.
Claro que a gente cresce e aprende com a vida dando na cara.
Aprende que o príncie não vem, que no máximo a abóbora vira um excelente consomé para as noites de frio (nada de carruagens), que fadas-madrinhas são as amigas que nos aguentam na hora do aperto.
É, a gente aprende.
Mas no fundinho ainda acredita que o Príncipe vem.
Antes de dormir a gente idealiza, mas no máximo vem o Hugh em sonho.
O que até já nos basta, se levarmos em conta que acordamos sorridente.
Lembrei de uma conversa que tive com minhas sobrinhas.
A Lila Cululida com seus 4 anos e a Rafinha com seus 6.
Asssistindo à Cinderela (aliás, meu desenho mais que preferido), obviamente eu estava muito mais emocionada que as pimpolhas.
A Rafinha, vendo que a tia começava a chorar com o beijo apaixonado e principeso, olhou pra mim bem séria e perguntou:
- ô tia, tu não acredita em príncipe né??!!
- Ué Rafa, tu não acredita?
- Claro que não né! É óbnvio que isso de príncipe não existe.
Comecei a rir e no auge da minha esperteza disse:
- Ah pára Rafinha, eu acho que existe príncipe sim! e um dia vai aparecer um príncipe bem lindo pra tia.
Rafaela, do auge dos seus seis anos, olha-me com um olhar de desprezo e larga a pérola:
- Coitada de ti vai esperar até ficar velha e solteira.
OK, nada como um soquinho no estômago de uma criança que ainda não sabe nada da vida.
Lila, que até o momento acompanhava a conversa com um olhar preocupado, esperou a mana sair da sala e veio para meu colo, sussurrando no meu ouvido, como em segredo...
- Dinda, eu acredito em príncipe também...
Naquele momento, vendo o brilho que os olhos dela carregavam, até eu reacreditei em Príncipe, reacreditei em "viveram felizes para sempre"...
Por alguns bons anos a Lila vai carregar esse brilho e essa certeza dentro dela. Esse acreditar.
Quem sabe realmente o Príncipe não chega pra ela?