terça-feira, 28 de setembro de 2010

Limpeza

Posso dizer que tenho aprendido a selecionar quem eu tenho por perto.
Na nossa vida, gente nova aparece todos os dias, e de alguma forma, se fazem presentes.
Nesses últimos cinco anos, gente demais entrou na minha vida, e algumas ficaram, mesmo contra a minha vontade.
Sem me dar conta, eu rebolava para que as coisas se ajeitassem, eu guardava as coisas que me incomodavam, porque a gente se sensibiliza com a falta de caráter alheio, a gente pensa que pode ser por causa da família, da infância... Esse tipo de coisa.
A gente se acostuma e pensa que é normal.
Mas não é normal, não mais pra mim.
As relações tem de ser uma via de duas mãos, aquilo que se dá é aquilo que se recebe (alá Drexler)... assim, tão fácil.
Relacionamentos exigem confiança e respeito, e se não houver, não há como se sustentar, por mais que uma das partes tente.
Aliás, quando só uma das partes tenta, é porque algo está muito muito errado.
Quando há mais decepções do que alegrias, possivelmente essa relação seja indispensável da nossa vida.
Mas sair da zona de conforto e romper com aquilo que nos machuca é difícil, até porque muitas vezes esperamos que o outro mude.
Romper, cortar laços é difícil. Mas é renovador.
É como limpar um velho quarto de uma casa, aquele que ninguém entra por estar sujo, desarrumado. Então é mais fácil só deixar o quarto lá, empoeirado...
Já limpei meu canto sujo e largado, e parece que agora tem mais espaço dentro de mim. A sujeira ainda não foi toda embora, ela é de tempos, é grossa, está encrustada nas paredes, móveis... Mas as janelas estão bem abertas, e venta lá fora. As poucos, eu consigo sentir a poeira que se desgruda dos cantos e vai voando porta afora. Tornando esse quarto cada vez mais meu.
Acreditar, eu acredito. Mas só em quem acredita em mim.