quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Certificado de capacidade familiar

Tenho uma vida paralela dentro da minha cabeça, é uma espécie de Wonderland...
No meu mundo, as crianças só poderiam nascer após uma certificação de que os pais têm condições de criar o rebento que está por vir.
Não digo condições financeiras, mas sim condições psíquicas.
Não falo em perfeição nem em pais fictícios de obras folhetinescas, digo de pais mesmos.
Os pais deveriam saber conversar, ouvir e falar.
Também seria exigido um pouco de criança naquele adulto, para poder entender que aos olhos de uma criança, o mundo está sendo descoberto – aos nossos olhos, não estaria também?
Adultos capazes de levar àquela criança pela mão, com seus pequeninos olhos fechados, confiando até mesmo o seu respirar. Que saibam impor na hora certa e o mais importante, saibam errar.
Pais que dêem aos seus filhos a chance de lhes ensinar... Uma nova cor de aquarela, um corte de cabelo em uma boneca...
É de extrema importância que esses pais desejem o que está por vir: o primeiro dente, os choros na noite, o dormir fora, o primeiro amor, as brigas, o tentar fugir de casa, a rebeldia... Tudo vem junto, por mais amor que tenha sido dado. Há aprendizado no entender.
Que as crianças não sejam causas de frustrações, o motivo de infelicidade, de destruição de sonhos. Que não tenham de escutar que por eles perdeu-se a viagem, a casa, o sorriso, a beleza.
Entendo que eu mesma não estaria aqui, se esse meu mundo existisse. Entendo também que, caso eu viesse a existir – descuido – eu não deixaria herdeiros. Reprovaria no teste de condições psíquicas.
Mas o mundo tai, qualquer pessoa tem filhos, inclusive meus pais; e os psicólogos, psiquiatras e analistas também estão por aí, aumentando relativamente seus bolsos e seus cadernos de anotações com lembranças de infância.
... no meu mundo, o trabalho deles diminuiria.
No final todo mundo sobrevive: os pais sem condições, conformados com a longa vida que já tiveram e inflexíveis quanto às mudanças que a vida pode dar, e seus filhos, tentando buscar seu próprio lugar no mundo, limpando machucados... Aprendendo a ouvir desde cedo que a vida é assim mesmo...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Re-Solução de 2010

Se eu pudesse fazer um pedido pra 2010 - e pro meu futuro - seria pra sumir essa porra de paixão platônica na minha nada mole vida.
Meu Freud particular psicólogo diz que isso faz parte da minha compulsão à repetição. Okei, pode ser...
Mas né!
É involuntário e agora, mais que nunca, totalmente desnecessário!
Não, eu não quero mais ficar sonhando e pensando em pessoas que NEMS!

Tipo, ok, quando se tem 14, 15 anos, paixões platônicas até podem ser aceitas.
Mas com vinte e cinco anos, isso assume um quê de RIDÍCULO tão grande.
Pior que eu acredito que isso já tá incrustado em mim sabe?
Tipos, eu sei que NUNCA vou andar de bicicleta porque eu desconheço equilíbrio e coordenação, assim como eu sei que certas manias minhas - incluindo apaixonar-se platonicamente por pessoas que nem sabem da minha existência - vão acompanhar-me ad infinitum até o fim dos meus dias.
Provavelmente em dias essa minha irritação vá passar, até eu me alegrar com uma nova paixão platônica. Mas até lá, vou ficar praguejando pra mim mesma, me xingando bem alto, mentalmente, confirmando o quão imbecil a mente humana pode ser.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Numa moldura clara e simples...

Tenho uma aMIga que sempre diz “tu é muito romântica e ingênua, sempre acha que vai dar tudo certo”.
Okei, ao meu modo égua de ser, eu ainda consigo ser romântica, mas ingênua. Não sei.
Eu ainda acredito no mundo, acredito mesmo. Acredito que o mundo pode ser melhor, bla bla bla. Mas ingênua?
Será que acreditar que nem todas as pessoas são ruins é ser ingênua?
Já me falaram “é que tu teve uma vida ótima, por isso ainda consegue acreditar”.
Sorry, eu não tive uma vida ótima, muito pelo contrário.
Eu não fico lamentado pelas desgraças da infância, as descobertas terríveis da adolescência e a percepção de família.
Agradeço aos deuses por não ter virado puta (oi?), alcoólatra (oi?), drogada (oi?) ou coisa do tipo. O perfil tava pronto.
Mas não, decidi ser jornalista (ironia mode on), mesmo com toda a carga genética.
Minha vida tá longe de ser ótima, meu passado tá longe de ser glorioso. Já fiz merda demais, mas não tenho saco pra ficar aqui detalhando, guardo isso pro meu psicólogo.
Reconheço pessoas pau no cu, quase sempre bem antes delas darem o primeiro vestígio de paunacuzice. Algumas demoram mais, mas meu saldo é sempre positivo.
Acredito mesmo nas pessoas boas, nas relações sinceras. Acredito em amor, respeito, amizade. Acredito porque eu tenho isso dentro de mim – não sei como veio parar aqui, mas né.
Não sou Madre Teresa e to bem longe disso, mas tenho as minhas crenças e não é porque eu me fudi numa relação que todas as minhas outras relações vão ser fudidas (estatísticas...).
Pessoas que eu considerava grandes amigos se mostraram grandes pausnocu nas horas que eu mais precisava. Em compensação, tenho amigos espetaculares, que JAMAIS me deixaram na mão. Sou ingênua por acreditar na amizade?
Tive brigas horríveis de família, de passar meses sem se falar, mas engoli o ressentimento e fui atrás. Não poderia perder o que eu não tive. Fui ingênua por querer reatar?
Não consigo ser uma pessoa fria, não me importar, ignorar sentimentos. Se alguém me machucar, vou falar. Se alguém me fizer feliz, vou demonstrar.
“Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê”, já diziam os Los Hermanos.
Ingênua? Não, acho que não...

Retrospectiva 2009 em poucas linhas

Final do ano chegando.
Em 2008 eu decidi que 2009 seria mágico, lindo, uma coisa bem Disneyworld. Mas hey, isso não é comigo.
As coisas comigo costumam dar beeeeeeem errado. Mas eu pulo as sete ondinhas, guardo a lentilha, a romã, o diaboa4 e penso: esse ano vai...
NOT!
Não que eu vá me entristecer ou pular da ponte pelos meus anos que não são aquela coisa (frase estranha essa, sentiu a maldade?).
Mas vamos lá, to até disposta a fazer aquela patacoada de retrospectiva de 2009:
Cati começou o ano com um estágio novo, serelepemente vagando de bar em bar na noite porto-alegrense, vivendo de rock, suor e cerveja. A doce menina(Who??) se apaixonou logo no começo do ano, renegou namoro, mas por fim, cedeu (besta!); tomou porres homéricos, falou merda a quem não merecia, caiu, caiu e mais caiu. Tomou chifre, pé na bunda, tudojuntoassim sem tempo de respirar. Fez uma tatuagem nova, escreveu como nunca, cortou o cabelo, mudou de casa, de cidade, chorou, chorou, chorou, odiou seu curso por alguns dias. Fez proposta indecente que jamais deveria ter sido aceita. Deu mais importância a quem não deveria dar. Acordou cedo, detestou o emprego, começou a estudar. Teve problema na coluna, se distanciou de tudo, ficou travada na cama, se assustou com a história do Retorno de Saturno, mudou laços de amizade, reatou laços familiares, engoliu o tanto que queria falar, começou a levar uma vida saudável (sem largar a cerveja), apaixonou-se platonicamente, sorriu, sorriu, como há tempos não sorria. Castrou o cachorro, aprendeu a fazer pão, parou de fumar, voltou a fumar, parou de novo, entrou na academia, conseguiu seu quarto. Arrumou toda sua papelada. Descobriu que tem amigos que são de festa e amigos que são, sempre.
Lição de 2009: “Sometimes, all I need is the air that I breathe...”

Vem, 2010, pode vir, to esperando é NADA de ti =]

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Uísque Barato

Acordou com o barulho da chuva, a janela aberta e a água molhando seu rosto.
A pobre mulher, dormiu sem querer, acordou ao deitar. Nem o sono lhe pertencia.
Seus móveis eram a cama, o espelho e uma mala, dentro dela meia dúzia de roupas e uns sapatos, gastos como ela.
Olhou-se... havia marcas de choro no seu rosto, olhos e nariz. Havia cheiro de estranhos em seu corpo. Não lembrava e nem queria.
O gosto do uísque barato lhe veio à boca, rápido como se fosse vomitar. Não o fez.
Uísque barato do Paraguai, praguejou a mulher.
Na janela aberta, repousa em vertical sono um guarda-chuva, estilo bengala.
Era como um quebra-cabeça, faltando peças. Frequentemente isto lhe acontecia, já não assustava.
No bolso velho do jeans, uma passagem para Assunção.
Porra, gritou pobre mulher enquanto deitava... deve ter vindo com esse uísque vagabundo, concluiu.

A Rua Encantada

Texto originalmente publicado no DuasDoidas


A rua encantada - ou - Será mesmo Real?

Ouvia-se Beatles na rua colorida. Marromcerejaamarelorosaverdelaranja&lilás.
Havia também as cores dentro das casas coloridas. Um arco-íris se fez por inteiro e o amareloquentesol ainda aquecia o solaio da porta.
A escada era para o céu, azul pintado nos olhos e nas roupas. O amarelo e tantas cores me sorriu. Encheu meus verdes de alegrias tantas, que brilhavam espelhos enquanto as crianças inventavam questionamentos.
- É mesmo um submarino? - perguntou-me a de tranças.
E saíram sorrindo, após a resposta, cantaram em roda e, pasmem, cantavam Beatles também as crianças.
A rua era de pedras que brilhavam com a luz do sol.
Unhas azuis da menina que me sorria, a menina das botas verdescowboy.
O gato preto, nada supersticioso, fez morada embaixo da escada, ali logo em frente à casa roxa. Não levantou-se nem para fugir do gordo cão que, olhando a cena, invejou o bichano. "Bela cama nesse sol", ladrou o cão obeso.
Ao longe, a pequena senhora juntava retalhos de amores desfeitos e fazia colchas e cantava, a velha senhora que costurava retalhos. Às crianças dizia que só precisavam de amor.
E tudo nessa rua acontecia de uma forma mágica. Nada causava espanto. Nem mesmo quando entrou na rua um tal de Malaquias, com frases penduradas na roupa, sorriso doado a todos; e as crianças correram em sua volta, e o mágico desconhecido tirou um girassol das tranças da menina e pintou estrelas multicoloridas nas verdes botascowboy.
Era encantado o Malaquias. Das mãos tirava flores, coloridas como a rua, das flores tirava amores. E sorria. Os cães o seguiam encantados e ouvia-se música na rua inteira.
Uma banda adentrou a rua, como se lesse partituras no azul do céu. Tocava Beatles a banda. Cantavam em coro as crianças, as cores e os cães.
E o sol se pôs e as casas fizeram silêncio e a menina das unhas azuis, aquela que falava com formigas, veio me segredar:
- O mágico é o gato que dormiu. - e correu pra casa, quase que num pulo só.
Embaixo da escada, o negro gato me olhava e posso até jurar que ele sorria pra mim. Em volta dele, um jardim de girassóis crescia.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sur-real

Tô meio aqui, meio ali...
Foda-se
Não paro de escrever.
Agora foi.
Texto velho.
Meio meio assim, não é dos melhores. Mas é o que se tem.

Baseado numa história surreal

Estavam juntos há uns dois meses. Se divertiam, passavam horas junto e gostavam de ser companhias.
Mas ela sentia falta de algo. E esse algo era o sexo.
Comentava com as amigas o fato de não ter demonstração nenhuma da parte dele.
As amigas já tinham suas teorias: “ele tem pau pequeno”, “ixi, certo que é broxa”, “ele é virgem”, “essa situação eu conheço, é gay”. A que só ouvia nas primeiras reclamações, chegou ao veredito: “certamente ele ainda é virgem , já que tem o pau pequeno e pra piorar, é broxa. E além do mais, ele não tá bem certo sobre sua orientação sexual”.
Decidida a descobrir o que causava o não querer sexo para o menino, ela seguiu insistindo. Convidava-o para sair, para ir ao seu apartamento; até dormiram juntos algumas vezes, sem que nada acontecesse, nem mesmo a perspectiva.
Ela encheu o saco. Cansou de dar indiretas; as amigas sugeriam que ela se pelasse na frente dele e esperasse pra ver a reação. Achava essa proposta radical demais.
Decidiu acabar com tudo, achava melhor não se envolver mais, algum blá blá blá.
Não mais se viram.
Ela saiu com outras pessoas, teve o que procurava e precisava.
Em uma sexta-feira, quando chegava em casa, havia um e-mail ainda não lido. Era dele.
Dentro do e-mail duas frases: “Achei que com a gente era diferente, e quis mesmo ser cavalheiro, sem forçar nada. Acho que errei.”
Cavalheirismo... Essa hipótese não havia sido pensada.
Cavalheirismo...
Deleta-se o e-mail.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Não sei se esse blog continua.
Acredito que eu até o deixe aqui, só pelo espaço. Só pelo ter.
Ando sem a mínima vontade de fazer ele continuar. Poderia até dizer que não tenho tempo pra escrever.
Mentira, eu ainda escrevo, só não me sinto confortável pra postar.
O que escrevi aqui sempre teve partes de mim, mesmo misturadas a minha doida imaginação.
De algum modo, eu me escrevia aqui.
E como uma boa canceriana, agora não é hora de tá no mar, nem na beira.
Agora eu me sinto melhor bem dentro da minha conchacascacasa.
Tô guardando o melhor e o pior de mim.
Um dia eu publico tudo o que eu escrevo.
Ou invento.
Sabe-se lá.
Sempre vai ter alguém pra acreditar.


"Quem sabe eu volte cedo, ou não volte mais."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Das coisas que se quebram

Decepção é uma merda.
Aquela merda bem merdosa sabe?

Sempre coloquei a amizade acima de qualquer coisa - exceto por dois anos e oito meses (amadorismo) - e sempre tive reciprocidade nessas relações de amor.
Sim, porque amizade é a melhor forma de dar e obter amor. Diferente do amor bíblico, amizade não é egoísta, desenvolve-se o elo exatamente por que se sente.
Não há como ter amizade sem a condescendência da outra parte. Não há amizade sem conhecimento, sem intimidade, sem o tal do confiar.
Às vezes, involuntariamente, machuca-se o amigo, mas o respeito nos faz entender, perdoar, rir juntos e deixar isso passar.
Mas às vezes, e essas são as piores, algo bem lá dentro muda.
Não se sabe o que é, só se sente.
Porque sempre se espera o entender, mas jamais o culpar.
E então de repente, pensa-se no tanto do priorizar, e espera-se o mesmo. E é aí que se sente o egoísmo, e aí perde-se o brilho.

Meu ânimo e disposição dessa manhã (que me acompanham há dias) acabaram de cinzear.
Quando se espera demais, a resposta é sempre um vazio.

Das coisas que se quebram.







"Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos."

Charles Chaplin

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Refletindo Galeano III

A televisão/3

"A tevê dispara imagens que reproduzem o sistema e as vozes que lhe fazem eco; e não há canto do mundo que ela não alcance. O planeta inteiro é um vasto subúrbio de Dallas. Nós comemos emoções importadas como se fossem salsichas em lata, enquanto os jovens filhos da televisão, treinados para contemplar a vida em vez de fazê-la, sacodem os ombros.
Na América Latina, a liberade de expressão consiste no direito ao resmungo em algum rádio ou em jornais de escassa circulação. Os livros não precisam ser proibidos pela polícia: os preços já os proíbem."

*************************

Celebração da desconfiança

"No primeiro dia de aula, o professor trouxe um vidro enorme:
- Isto está cheio de perfume - disse a Miguel Brun e aos outros alunos -. Quero medir a percepção de cada um de vocês. Na medida em que sintam o cheiro, levantem a mão.
E abriu o frasco. Num instante, já havia duas mãos levantadas. E logo cinco, dez, trinta, todas as mãos levantadas.
- Posso abrir a janela, professor? - suplicou uma aluna, enjoada de tanto perfume, e várias vozes fizeram eco. O forte aroma, que pesava no ar, tinha-se tornado insuportável para todos.
Então o professor mostrou o frasco aos alunos, um por um. Estava cheio de água."

Refletindo Galeano II - Sobre Amor


A noite/1


"Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta."

***********

O diagnóstico e a terapêutica

"O amor é uma das doenças mais bravase contagiosas. Qualquer um reconhece os doentes dessa doença. Fundas olheiras deletam que jamais dormimos, despertos noite após noite pelos abraços, ou pela ausência de abraços, e padecemos febres devastadoras e sentimos uma irresistível necessidade de dizer estupidezes.
O amor pode ser provocado deixando cair um punhadinho de pó de me ame, como por descuido, no café ou na sopa ou na bebida. Pode ser provocado, mas não pode impedir.Não o impede nem a água benta, nem o pó de hóstia; tampouco o dente de alho, que nesse caso não serve para nada. O amor é surdo frente ao Verbo divino e ao esconjuro das bruxas. Não há decreto de governo que possa com ele, nem poção capaz de evitá-lo, embora as vivandeiras apregoem, nos mercados, infalíveios beberagens com garantia e tudo."

**************

A pequena morte

"Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, por que nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce."

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Refletindo Galeano

Caminhando em meio a livros, sem ter em mente o quer ser lido, procurando entre títulos algum que mereça ir para casa comigo, O Livro dos Abraços cai no meu colo, como que pedindo "releia-me".
Abraçamo-nos como saudosistas, como palavras que encontram quem lhes dê sentido.
Reencontramo-nos.

O Mundo
" Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus.
Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso. - revelou -. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores.
Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo."

----------------------

Celebração da voz humana/2

"Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontraquem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada."

---------------

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Say what you need to say

Minha mãe sempre foi pra mim a mais sábia das sábias mulheres.
Temos uma ligação que não é desse mundo.
Não sei é por eu ser a última das filhas,
a que não queria sair da barriga e teve que ser tirada à força...
Talvez seja por que somos do mesmo signo...
O que importa é que mamãe me reconhece sem olhar, sem falar, sem nem mesmo me ver respirar.
Ela sempre sabe o que se passa comigo.
E foi mamãe quem me disse "filha, problemas existem pra ser discutidos, senão eles seguem sendo problemas".
E foi assim então que decidi começar a dar um fim nos meus problemas.
E o que eu fiz?
Eu falei sobre eles.
Falei às pessoas que interessavam.

E sim, tô tão tranquila, tão certa.
Eu falei tudo o que deveria ser dito, não sei se falei certo, se foi errado, mas falei. E tranquilizei meu coração, como ele mesmo me pedia, há tempos.
Não tenho do que me arrepender, não corro o risco de ouvir "mas porque tu nunca tinha me dito isso antes?".
Taí, me expus a quem interessava.
Me sinto numa música do Los Hermanos "numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê"

Essa segunda começou colorida, mesmo com a chuvacinza que caía sobre a capital.

Pra marcar bem essa nova fase, só John Mayer cantarolando


Say
John Mayer

Take all of your wasted honor.
Every little past frustration.
Take all of your so called problems,
Better put 'em in quotations.

Say what you need to say

Walkin' like a one man army,
Fightin' with the shadows in your head.
Livin' up the same old moment
Knowin' you'd be better off instead

If you could only...Say what you need to say

Have no fear for givin' in.
Have no fear for giving over.
You better know that in the end
It's better to say too much, than never to say what you need to say again.

Even if your hands are shaking,
And your faith is broken.
Even as the eyes are closin',
Do it with a heart wide open.

Wide Heart
Say what you need to say
Say what you need to, Say what you need to...
Say what you need to say.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pensamento da madrugada

Será que um dia vai dar pra cantar de novo "I don't believe in many things but in you I do"?

boanoite

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Time for Changes

Tempo de mudanças,
daquelas de encher malas, levar livros, filmes, cheiros...
Lá vamos nós.
Depois de quatro anos no quase mesmo lugar, aqui vou eu de novo.
É preciso chacoalhar,
é preciso mergulhar profundo,
e quando não se sentir mais o ar,
buscar novamente a superfície.
Respirar.
Começando tudo outra vez.
Porque é preciso mudar,
é preciso a correria,
a pressão,
o acreditar.
Minha mala é feita de sonhos
é recheada de planos.
E são eles que levo comigo.
São eles que me bastam.
A confusão ainda segue,
mas agora ela já sabe pra onde ir.
Ela vai ter sua própria cama.
Agora tenho onde colocar minha confusão.
Há gavetas, espaços,
vazios a preencher.
Sei que esse aqui é o meu lugar,
e talvez seja isso que me faça sair.
Pensar na volta,
sem dúvidas e incertezas.
Pensar na volta,
que vai ser pra ficar.

Mas por enquanto, é retornar.
É voltar pro outro lado do rio.
É maturar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Diálogos de uma mente só

- Foi...
- Foi?
- É, foi...
- Conta!
- Não foi o que eu esperava...
- Tá... mas foi?
- É, foi.
- E vai ser denovo?
- Ainda não sei, tô digerindo o que foi.
- Mas foi bom ou ruim?
- Ainda não consegui qualificar.
- Se foi ruim nem vai.
- Foi estranho...
- Ixi, estranho pra mim nunca foi sinônimo de elogio.
- Eu sei disso...
- Sabe o que eu não entendo... Porque tu me faz tantas perguntas?
- É que eu gosto de saber.
- Mas tu tava junto!
- É, pode ser, mas é diferente ouvir com a tua voz.
- Porque aí eu pareço louca, é isso?
- Não, acho que eu gosto porque é diferente quando tu me fala, eu mesma me ouço...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Confessionário

Sim, apaixonada.

É essa a palavra que resume tudo.


De uma paixão que hoje nem tá cabendo em mim.
Que fez voltar todas as cores aqui pro corpo,
que me abriu os olhos, me pegou na mão sem medo e disse vai...

Decididamente apaixonada, e mais decidida ainda a não fazer mais esse amor sofrer.
Ixi... já é amor?
É... sempre foi na verdade.
Amor acima de tudo.

Cuidando bem do que eu tenho.

p.s.: Obrigada Vida, daqui pra frente toco eu =]

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A verdade é que chega uma hora que tudo faz falta.
ânimo, vontade, querer...
A rela é que a gente sempre sabe o que falta.
Não é amor, não é outro ali do lado
É algo bem mais simples.
A verdade é que quando acontece,
por mais excelente que não seja,
que o final não seja aquele cheio de êxito...
Foi.
E era só isso que se precisava.
Era o meio o que se buscava.
Tudo vale a pena quando a gente sabe bem o que quer e procura.
Eu ainda não sei bem ao certo que quero e o que procuro.
Mas já sei bem o que NÃO quero.
E é bem provável que por esse motivo o céu comece a se abrir.
Eu sei, eu sei, não é simples assim.
Mas sempre tem de se ter um começo, não?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Volta pro corpo, bem.

A real é que ando me sentindo aos pedaços.
Eu que era tão completa.
Só eu já me bastava.
Pensei que esse "perder-se" não se estenderia tanto assim.
Preciso de uma bússola.
Mais urgente que qualquer outro precisar.
Eu até tentei... Flexibilizar.
Mas não teve jeito.
Acreditei que realmente conversar seria a melhor solução.
Mas e o acreditar?
Como saber se o que se responde é a verdade?
A real é que me sinto com um mar de mentiras rondando meus pensamento.
A verdade é que eu não sei mesmo no que acreditar.
Tô me esforçando ao máximo,
mas já nem vejo cores.

Essa semana começou sem mim.
Tô em corpo, aqui ó, fazendo tudo o que eu fazia automaticamente.

Eu espero, e torço, e rezo, para que realmente tudo se esclareça. Pra que meu pensamento volte pras cores dela.
Tá foda agora. Tá realmente foda.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Citando-lhes Nietzsche

"Odeio quem me rouba a solidão, sem me dar real companhia."




OK, I'm fine.

É só a chuva.


Acordei assim, risonha e límpida.

E mesmo se não acordasse, taí o Vanusator que não nos deixa pra baixo.

Ok, falta pouco, agora falta bem pouco.




segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A verdade é que agora sim, o caminho já não é tão escuro.
A verdade é que há tanto o que se ver agora, tanto o que se pensar
que a alma se refez... Se apaixonou de novo pela minha vida
A real é que não há um outro lugar onde a gente deva estar que não seja aquele onde a gente deva estar (ouuuuu bitoussss)
E é, não é das coisas mais fáceis botar a cabeça no lugar.
Mas com jeitinho sempre dá certo.
Hoje é segunda e eu já não tenho tantas dúvidas.
Acordei com bem mais certezas nesse amanhecer ensolarado.
Despertei sem mais tristezas.
Minha confusão chegou num ponto que agora eu consigo entender.
Eu me acho por aqui...


"Não tenho nada a oferecer a ninguém, a não ser minha própria confusão"
J. Kerouac

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por isso uma força estranha...

Estava a três passos da minha parada, pronta para o ônibus de sempre, quando algo me fez pensar: vou pegar outro bus.
Mudei meu rumo, minha rota, caminhei por ruas que a falta de tempo já não me permitia.
Mudei o motorista e logo depois descobri também que mudei muito mais que só o ônibus.

Cheguei na faculdade até mais cedo, a BR se mostrava tranquila, nem chuvia mais.
Cheguei na faculdade e logo fiquei sabendo...
O meu ônibus de sempre, com o motorista de sempre, havia se acidentado.
Um caminhão bateu na traseira que arrastou o ônibus até a traseira de uma van e assim foi.
Felizmente nenhuma morte.

Na volta, na mesma linha que se acidentou, os olhos atentos na estrada, as pernas tensas, grudadas ao chão, como se em estado de alerta.
Aquela chuva branca, que não se vê nenhum palmo à frente.
Entre milhares de coisas que passavam na minha cabeça, a mais forte era: minha mãe.

Quando algo assim acontece, e quando a gente percebe que algo ou alguém é que nos tira dessas ruins, a gente se dá conta dos bens que tem por perto.

Cheguei em casa e liguei pra mamãe, acho que não conseguiria dormir sem poder falar "mãe, te amo".

A perna ainda tá tensionada, mas o coração agora tá mais tranquilo.


Essa BR hein...


Ei, força estranha, obrigada =D

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A BR

A real é que essa maldita BR me traz mais lembranças do que eu gostaria de ter.
Não há livro que resolva, música que acalme...
Tem um grito preso aqui dentro de mim.
Tem uma saudade que tá machucando demais,
saudade daquilo que passou,
saudade do que não foi entendido.
E é uma saudade que vem na hora do sorriso, como se só pra dar aquela pontada, pra dizer que ainda tá ali.
Eu sei, dor, te vejo todo dia, no cantinho do meu olho,
te encontro no meu sorriso que não se fez.
Te sinto quando todo o resto deixa de sentir.
Talvez seja culpa da chuva, que traz no cheiro milhares de frases
talvez...

pois bem... confusão mental.


"que o que você demora é o que o tempo leva..."

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Das coisas que não se entende...

Paula nunca havia se apaixonado.
24 anos e nenhuma lágrima havia sido demarrada por homem nenhum.
Acredito que de tanto ter amigas chorando no seu ombro, crescendo desiludidas com aqueles romances de adolescente
Paula cresceu sem se apaixonar.
Sempre tão dedicada ao trabalho, aos amigos.
Então Paula encontrou alguém.
E as amigas depositaram todas as suas esperanças frustradas naquele início de romance.
E houve romance.
Houve paixão, segredos, beijos, houve uma felicidade extrema.
E houve aquela noite.
Era domingo, mas poderia ser qualquer outro dia.
Fatidicamente era um domingo.
Depois de mais de um ano, era mais um domingo, mas um domingo que não se viram.
Foi então que Paula sentiu, pela primeira vez na vida, algo que não sabia explicar.
Era a vontade de ver, uma saudade tão grande que foi entrando por todo o corpo, correndo por todo seu sangue.
Paula se encheu de alegria, e procurou aquilo que lhe fazia bem.
Paula lhe contou o que sentia, com a ingenuidade que só uma mulher apaixonada tem.
E foi aí que aconteceu...
Foi então que Paula percebeu a situação que se encontrava.
Já havia visto essa cena, lembrava das amigas dizendo "aí ele diz que não quer mais..."
Paula sabia o que devia fazer quando estava do lado de fora, mas agora era com ela, e ela se sentia tão só.
Onde estava o colo que sempre aparecia?
Paula se sentia no chão...
24 anos para descobrir que dói assim?
Paula respirou, lembrou das piadas que contava para as amigas rirem, para esquecerem a dor que mais dói.
Agora sim ela entendia por que o choro era tão doído, porque o sorriso demorava pra voltar pro rosto...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Para a vida dar certo...

Quando o mundo está confuso,
e se torna impossível pensarmos por nós próprios
é que a vida mostra o quanto vale o amor.
Amor que não foi feito por beijos, nem juras, nem palavras doces.
Amor esse que foi criado no conhecer, no respeitar, no fazer-se feliz.
É o amor puro, àquele que tanto se procura em outra parte...
É o amor da amizade.
Daquele que entende que é preciso se fazer presente,
ajudar a desfazer os nós que os pensmentos criaram.
E esse anjoamigo não faz milagres.
Ela só se faz...
Ela só está.
E mesmo que as circunstâncias nos levem a querer desistir
Ela tá aqui, do lado, com um caminhão de luz azul
e bons pensamentos, recheados de sorrisos.

E é aí que a gente se dá conta do valor que tem,
é aí que dá pra ver que o que a gente dá não é em vão.
E é assim que a gente percebe o que diferencia pessoas essenciais
daquelas que não o são.

Da série de coisas que realmente importam: estar perto de quem nos ama.
Nesse momento, é tudo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Vida a cores

Até que enfim brilhou um colorido por aqui.
Dia amarelo, esquentou de cores
olhosmãosbocaalmaepalavras.
Pensamentos já parecem saber onde ir.
Amarelosol em todo ceúazul se faz
E realmente, não é tudo tão difícil assim.
Mas fácil, não há de ser.
Mas talvez se tenha leveza e, principalmente, certezas.
O que se tem, não se perde.
Agora já está tudo mais cor, sem cinzas.
Nesses dias sem cores, fica complicado até de saber o quê procurar.
Mas aí a alma volta pro corpo, e chega sorrindo,
como se tivesse sumido por tanto tempo...
A casa se faz de festa
e o sol, entrando de mansinho, devagar procura peças, espaços
procura mesmo é por nós
e de mansinho, iluminando o sorriso que se apagou no cinza
mostra que a vida é bem mais bonita com cores.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Há um momento em que nada que se diga vá mudar os acontecimentos.
As frases soltas já estão lá,
as palavras fortes já se juntaram aos pensamentos.
Não há como arrancar com as mãos.
Pedir para entender é o que se faz,
mas sabe-se que não há entendimento.
Já foi ouvido, já foi pensado, lembrado...
já machucou...
E assim, sem querer
com palavras desequilibradas
afastamos ainda mais o nosso querer
levamos pra mais longe
o que se queria tão perto...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

E viveram felizes para sempre...

Sempre acreditei em histórias de Príncipe, acho que já escrevi algo sobre isso aqui nesse blog.
Lembro que quando pequena, assistia encantada a histórias de Princesas e seus viveram felizes para sempre.
Na verdade até hoje entro em estado de encantamento, canto as músicas, giro pela sala como se também tivesse um vestido encantado e bufante.
Claro que a gente cresce e aprende com a vida dando na cara.
Aprende que o príncie não vem, que no máximo a abóbora vira um excelente consomé para as noites de frio (nada de carruagens), que fadas-madrinhas são as amigas que nos aguentam na hora do aperto.
É, a gente aprende.
Mas no fundinho ainda acredita que o Príncipe vem.
Antes de dormir a gente idealiza, mas no máximo vem o Hugh em sonho.
O que até já nos basta, se levarmos em conta que acordamos sorridente.

Lembrei de uma conversa que tive com minhas sobrinhas.
A Lila Cululida com seus 4 anos e a Rafinha com seus 6.
Asssistindo à Cinderela (aliás, meu desenho mais que preferido), obviamente eu estava muito mais emocionada que as pimpolhas.
A Rafinha, vendo que a tia começava a chorar com o beijo apaixonado e principeso, olhou pra mim bem séria e perguntou:
- ô tia, tu não acredita em príncipe né??!!
- Ué Rafa, tu não acredita?
- Claro que não né! É óbnvio que isso de príncipe não existe.
Comecei a rir e no auge da minha esperteza disse:
- Ah pára Rafinha, eu acho que existe príncipe sim! e um dia vai aparecer um príncipe bem lindo pra tia.
Rafaela, do auge dos seus seis anos, olha-me com um olhar de desprezo e larga a pérola:
- Coitada de ti vai esperar até ficar velha e solteira.
OK, nada como um soquinho no estômago de uma criança que ainda não sabe nada da vida.
Lila, que até o momento acompanhava a conversa com um olhar preocupado, esperou a mana sair da sala e veio para meu colo, sussurrando no meu ouvido, como em segredo...
- Dinda, eu acredito em príncipe também...
Naquele momento, vendo o brilho que os olhos dela carregavam, até eu reacreditei em Príncipe, reacreditei em "viveram felizes para sempre"...
Por alguns bons anos a Lila vai carregar esse brilho e essa certeza dentro dela. Esse acreditar.
Quem sabe realmente o Príncipe não chega pra ela?

Das temperaturas...

Faz 7°C na rua
aqui dentro certamente a friaca tá no 0°C...
A 1ª noite é sempre a pior, e pelo jeito, a mais fria também, do ano e dos últimos tempos.
É aquela em que se pensa em tudo o que foi dito, vivido, prometido, amado, doado...
É a noite dos pensamentos profundos, do peito que não sabe se leva ar pro corpo, pra esquentar o sangue já tão devagar, ou se junta às lágrimas, inchando olhos, ouvidos, boca e alma...
É aquela noite que o frio corta, que mantem acordada, que o vento insiste em bater na janela, se fazer por lá.
A noite em que milhões de textos são criados, nenhum publicado.
Quando se pensa alto e repetidamente sobre o começar, sobre o relutar no iniciar.
Claro que se pensa também no quanto se fez feliz.
E estranhamente, mais se fez sorrisos.
E assim sendo, conforta um pouco saber que não vira mágoa...
Claro que o querer que o mundo pare, que pare logo a dor... sempre se quer, se deseja.
Mas né...
É pra isso que o vento bate na janela, pra dizer que a vida não para.

"Nothing's gonna change my world..."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Não se afobe não, que nada é pra já...

Sempre achei que há um Chico pra cada momento, principalmente os mais delicados, os mais à flor da pele.

Nesse caso... é todo sentiento.



Todo o Sentimento


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.


do Chico, sempre do Chico...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vendo o JN

Assistindo ao Jornal Nacional, muito bem apresentando pelo casal discreto, a matéria divulgada hoje no Estadão me chamou a atenção.
No jornal, foi revelado o apoio a projetos de incentivo à cultura da Fundação Sarney pela Petrobras.
O apoio amigo foi de R$1,3 milhão.
Okei...
Mas...
Quê que investiram de cultura?
Olha, a grana toda foi transferida pra empresas Sarney's.
Si si, negocinhos da família.

Pois bem, o que me choca, além do Sarney ainda estar lá, é o modo como esta lei está sendo aplicada.
A Lei Rouanet foi criada em 1991 com intuito de beneficiar incentivos a empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais.

A lei permite deduzir do imposto de renda de 60% a 100% do valor investido em um projeto cultural, de acordo com o enquadramento.

Mas...
sabe o que me incomoda?
A empresa da Ivete Sangalo (sim! sim! a Ivete Sangalo) captou em 2008 R$ 1.950.650,84 (um milhão novecentos e cinqüenta mil seiscentos e cinqüenta reais e oitenta e quatro centavos o.O ).
Os shows de divulgação do último cd do Caetano Veloso, Zii e Zie, também tiveram um apoio amigo da galera bacana lá da Rouanet...
R$2 milhões pra bancar a turnê.
Mas que legal... Aí se pensa, "ok, o show tem apoio, incentivo cultural, pra entrar é baratinho..."



NOT!!!


Os ingressos desses artistas custam em torno de R$80 e R$100.


Olha, penso que estes dois artistas aqui citados conseguiriam arrecadar este dinheiro somente com patrocínios, sem necessitar desse incentivo federal.
Éééé amigo...

pararátimbum

do Chico...

"Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido à mulher como uma rosa. Senão, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa de sua feiura. Sabendo-se desprezível, apresenta-se com nomes supostos, e como exemplo cito a minha pobre avó, que conhecia seu ciúme como reumatismo."

(pgs. 61-62,"Leite Derramado", Chico Buarque, Cia das Letras.)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

in my world

Quando tudo está bem, simplesmente está.
Não há dúvidas, nem por ques...
As coisas estão aonde deveriam estar.
Mas quando não há
tanta alegria e querer
por mais que o sorriso tente nascer
há de se escutar
e entender
e desfazer
qualquer desentendido
que mal
possa fazer.
É preciso respirar
eu sei
fundo.
É preciso acreditar
demais
que dá...
certo?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É possível a mente sofrer um bloqueio devido a excesso de informações?
Sim, é.

É possível trabalhar quatro anos sem nunca ter tirado mais de quinze dias de descanso?
Sim, é.

É possível perder-se completamente, sentimentos, desejos, quereres e prioridades em meio a tantas interrogações?
Sim, é.

É possível que se desaponte, que desanime, que se faça descrente.
Sim, é possível.

É possível que tudo mude, somente com um pensamento? Que tudo deixe de ser tão difícil e torne-se problemas de infância?
Não, não é possível.

Mas é possível colocar caleidoscópios nos olhos, e girá-los de acordo com os contratempos, criando novas visões, novas imagens.
É possível nem tudo ser tão ruim, nem tão difícil.

É possível tirarmos mais força e paciência de nós mesmos, mais do que aquilo que sempre pensamos ser capazes.
sim, é possível.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

=D

Sempre imaginei o mundo colorido
Cores nos dias, na vida toda
Mas alguns dias,
sem ter por ques
A alma se enche de cinza

Então com porquês
Como se a derrotar Malvados Azuis
Cululidos amores
vem encher de cores
aquilo que esquecia de brilhar.



Faz frio lá fora,
mas aqui dentro tudo é quente
e cheio de cores, perfumes, sabores...

É felicidade.


Daquilo que faz a alma sorrir:

Que este dia traga as mais positivas energias!
Que te renove as forças pra seguir lutando nessa vida maluca!
Que as felicidades desse dia façam teu sorriso seguir iluminando as lamparinas do juizo das pessoas próximas a ti!
Que tuas gargalhadas sigam insentivando outras gargalhadas sem fim!
Que o amor seja sempre presente no teu coração!
Que a amizade que nos une perdure além dos nossos 50 e poucos anos, onde estaremos num bar qlqr bebendo nossa ceva e brindando a nozis!
Que o dia de hoje te reserve uma vida longa para que possamos rir de tudo o que já foi vivido até então!
Que o dia de hoje te releve sentimentos que possam estar escondidos e que iram te mostrar o quanto tu é especial na vida das pessoas que te amam!
Neste dia te desejo tudo isso e mais um tanto de coisas boas que estão aqui no meu coração!
Te amo doida! Te tenho como uma irmã, a irmã mais doida!

Texto da dona Doida

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Façamos...

Amanhã fecho vinte e cinco anos de vida.

Hoje acordei com uma profunda sensação de estar perdida.
Talvez eu ainda não saiba mesmo o que quero seguir.
Sei que há tanto que quero descobrir
Sei que há tanto a me descobrir ainda.

Sei tudo que quero,
ou não.
Não sei como começar.

Mas sei que é preciso um começo.

Faz um frio lá fora, e muito mais aqui dentro.


Recebi esse e-mail hoje pela manhã:


A CRISE DO 1/4 DE VIDA

Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há
alguns anos. Se dá conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar
horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado(a), etc..
E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para
conversar um pouco. As multidões já não são 'tão divertidas'. Ás vezes até
lhe incomodam. E você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de
socializar com as mesmas pessoas de forma constante.
E começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos,
outros não eram tão especiais depois de tudo.
Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez,
esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as
melhores pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são
os amigos mais importantes para você.
Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor.
Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde
lhe fazer tanto mal. Ou, talvez, à noite, você se lembre e se pergunte por
que não pode conhecer alguém o suficiente interessante para querer
conhecê-lo melhor. Parece que todos que você conhece já estão namorando há
anos e alguns começam a se casar.
Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem
certeza se está preparado(a) para se comprometer pelo resto da vida.
Os rolês e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar
bêbado(a) e agir como um(a) idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado(a) e significa muito
dinheiro para seu pequeno salário. Olha para o seu trabalho e, talvez, não
esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja
procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe
dá um pouco de medo.
Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que
não quer. Suas opiniões se tornam mais fortes.
Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do
que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e
adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é. Às vezes,
você se sente genial e invencível; outras apenas com medo e confuso (a).
De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o
passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar
avançando.
Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro. E com construir uma
vida para você. E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não
queria estar competindo nela. O que, talvez, você não se dê conta, é que
todos que estamos lendo esse textos nos identificamos com ele. Todos nós
que temos 'vinte e tantos' e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes.
Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na
cabeça. Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos. Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro.
Parece que foi ontem que tínhamos 16.

Então, amanha teremos 30?!?! Assim tão rápido?!?!
Façamos então valer nosso tempo, que ele não passe tão rápido.


É, façamos...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pra você...

Ele chega como um presente
pra reafirmar tudo aquilo que já foi dito entre nós.
Ele chega porque não posso te ter agora
só no meu pensamento
lugar que habitas cada vez mais.
Ele chega como agradecimento,
pelos sorrisos que me fazes escancarar,
pelos sorrisos que iluminas ao me ver no teu olhar.
Pelo tanto que tens me ensinado,
pelo multiplicar, somar
Principalmente pelo priorizar.
Ele chega assim,
em linhas curtas
como costas nuas,
à espera de tuas mãos.
Chega pra dizer que me fazes melhor,
que transformas tudo,
sem tirar nada do lugar.
Pra dizer que foi na hora certa
Da gente voltar um pra vida do outro.
Pra te contar que parece filme,
que daria um livro
daqueles de ler apaixonada.
Mas não, é real,
somos nós.
Pra te dizer que eu tenho tanto orgulho,
e que me pego te olhando, dormindo,
e que bem baixinho eu agradeço,
por ter ficado,
por ter me permitido,
por estarmos.

É, esse texto é só pra agradecer por me fazeres tão feliz, cada dia mais.


O Meu Amor

Chico Buarque

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Relendo-me

Reli textos antigos meus.
Vi que algumas palavras eu insisto em repetir.
Devem estar grudadas em mim.
***************************

Pessoas entram e saem das nossas vidas, às vezes sem sabermos o porquê, elas simplesmente saem.
Mas já havíamos dividido sorrisos, criado lembranças...
Ficamos então a nos perguntar o que foi feito de errado, que palavra foi colocada mal em uma frase, que frase foi mal pontuada
Mas por mais que leve tempo, as coisas se explicam, as situações tornam-se entendíveis no momento que são expostas.
Fazer entender é melhor que tentar explicar.

Pode não ter muito sentido, mas na minha cabeça esse texto ficou bem explicativo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A cabeça se enche de pensamentos
e o sono cede espaço pra mente se perder
Por mais que se esforce,
há a sensação de que nunca será bom o suficiente.
De que talvez eu não sirva mesmo pra isso.
Me sobram palavras, me faltam vontades e me gritam as certezas.
Tudo se confunde...
Talvez eu só não seja tão capaz quanto eu acreditava

noite fria
madrugada fria
manhã fria



O Vento

Los Hermanos


"Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!"

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mudar por mudanças

A vida vai tomando um rumo bom
a gente vai entendendo
e aos poucos sabendo
colocar cada coisa em seu lugar.
A gente vai mesmo é crescendo
aprendendo com erro
descobrindo o amar
à si primeiro
e assim
doar-se por inteiro.
É ir além do querer
é se fazer
feliz.
Às vezes não se sabe bem por onde ir
mas saber onde se quer chegar
já é suficiente.

E aí o que vale mesmo é estar feliz.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tudo está quieto,
porque é necessário que tudo esteja quieto.
Evita-se rusgas, brigas e discussões.
Mas é mais fácil ouvir pedras do que aturar o silêncio gritante.
Parece sér até mais fácil mil desculpas do que simplesmente evitar a situação.


Receita de brigas desnecessárias:
Lição única e de extrema importânça

- Deixe claro que o assunto em questão poderia ser discutido depois, e que sim, tudo está bem. (e sim, tudo está bem, até o momento que essa lei for quebrada).


Sorte de hoje: você está sem sorte.

BLEH

De saco cheio

completamente cheio


a ponto de estourar.

É tanto pra me preocupar, contas a pagar, o despertador que não pára de gritar.
Essa rima que é tão pobre...
Ai ai ai.
Há coisas a se mudar
Dá uma vontade de deixar tudo passar, que resolvam por si só.
Ok, não tem como
Era piada.
Poderia ser pior, claro
que sim
sempre pode

poderia sentir raiva.
mas não.
até porque já não sei o que ando sentindo.

Talvez já nem esteja sentindo.

Talvez.


Umavontadedemudaromundo.
Mas já nem me obedeço
nem me coordeno
não mudo nem a mim mesmo.


Com
ple
ta
menteperdida

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A fina arta do (des)conhecer

Conhecer uma pessoa é algo extremamente fabuloso.
Lê-se o pensamento em um só olhar.
E não só dos amantes.
Também dos que se amam
além
de corpo,
é mais profundo
almarisocoremundo.
Desconhecer uma pessoa é algo extremamente doloroso.
É já não entender o olhar
Não reconhecer o sorriso
É tudo ser novo.
Desconhece-se alguém.
Já não há mais linha à trançar
Laços desamarrados
Perdidos
Nós desatados.
Há de se buscar o desconhecido,
reatar
fazerem-se sorrir.
É preciso ir além,
profundo
cululindo cada riso
refazendo todo um mundo.



Cati Carpes

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Quando a dor se aproxima, fazendo eu perder a calma, passo uma esponja de rima, nos ferimentos da alma..."
Cordel do Fogo Encantado


Bota o Sol dentro do bolso,
chega bem depois do almoço.
Com aquele sorriso no rosto, e uma vontade de ficar.
Vem que hoje a Lua é cheia.
E de toda essa espera eu quero esquecer, e me perder em ti...
Mas não sei em qua parte nos perdemos.
Se foi no aqui ou no olá.
Não sei em qual linha o querer se desencontrou do ficar.
Sei que fiquei eu te querendo
ao mesmo tempo querendo não ficar.
Sei que a Lua me via,
e acho até que ele sorria,
pelo Sol que vinha me levar...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Afagos

Texto publicado originalmente no DuasDoidas




Pode ser ingenuidade, pode, mas eu ainda acho que a felicidade vai dominar o mundo.
Que ela vai entrar por cada fresta de uma janela aberta, em cada raiar de sol.
Eu acho que ainda dá pra confiar, mesmo depois de todas as desilusões.
Acredito que somos bons na essência.
Quebro a cara vezes e vezes seguidas, mas me permiti tentar.
Até terminar, foi bom.
Será difícil até me reencontrar?
Eu sei, vai depender da quantidade de pedras que eu colocar no caminho, eu sei. A gente sempre sabe...
Mas a dor? A dor é maior que qualquer outra já sentida.
Eu sei, juro que sei, mas confia em mim, vai passar.
A gente ainda vai rir disso tudo.
Do telefone mudo, das palavras perdidas neste espaço cibernético, do vácuo que cria feridas.
Acredita em mim, vai cicatrizar.
A gente já cresceu tanto, pra saber que todo pranto, por mais doído que seja, um dia tem fim.
Anda, penteia o cabelo, sorri pro espelho e vem ser feliz.
Vem, somos tão jovens
tão doidas
e o que seria da nossa vida, senão sorrir?
Vem, que a gente colore o mundo, e encontra dentro da gente um motivo pra seguir.
Vem, vamos fazer da nossa vida música, da nossa alegria dança e dos nossos sorrisos, amor.

Vem, que a vida é feita pra sorrir
Vem que o tempo tá correndo pela janela, que a flor, antes amarela, agora espera a primavera, e a gente precisa regar.
Vem, que tudo muda tão rápido, que o que é já foi, e pronto...
passado.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sobre cafés & cigarros & mais alguns cês

Sobre cafés & cigarros

Há uma dupla que acompanha meus dias.
Os 2 C's.
O café e o cigarro já estão comigo assim como eu estou pro celular que insiste em despertar.
O café se faz necessário logo ao acordar, permitindo assim que meu cérebro seja ligado.
Colocaria aí mais um c. Opa! Um C.
Grande e imenso.
É o C da correria.
Essa me acompanha desde antes do celular despertar.
Ela adentra meus pensamentos
Me faz mal dormir e pior acordar.
A correria coloca jacarés maléficos em meus sonhos.
O cansaço, mais um c, parceiro da correria.
Esse se faz presente todo o tempo.
Ele não precisa chegar.
Agora ele já está.
Comecei o texto com os dois cês, sem nem me dar conta que tantos cês me rodeiam.
Aliás, ultimamente tem sobrado tão pouco tempo pra ver o que me rodeia...
Texto sem Contexto.

Caraleo!


"O tempo foi algo que inventaram para que as coisas não acontecessem todas de uma vez.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nanoférias

A última vez que consegui ficar tantos dias só no mode descanso foi quando arranquei, de uma vez só, três cisos.
Okei, não foi o melhor dos descansos, mas confesso que após tanto tempo trabalhando em feriados santos, bundalelísticos, natais, e tudo o mais que viesse, qualquer 3 dias sem fazer nada já é uma alegria.
Mas a questão é que o corpo não pára se a cabeça não pára.
Dessa vez, nestes 4 dias que tenho só pra mim, fico procurando coisas a serem feitas.
Com um pensamento revolucionário e bem idiota, decidi não trazer nada da faculdade (que infelizmente encontra-se numa situação trágica, em greve e com muita roubalheira), não trouxe livros pra ler, trabalhos a fazer. Vim com as mãos vazias e com a cabeça decidida a executar o simples ato de fazer nada.
Mas não consigo, talvez seja o costume, talvez seja algo bem mais grudado em mim.
Faço minha Beatlesterapia, procurando algum e-mail que não tenha sido respondido, algum orçamento por fazer, uma planilha que esqueci de entregar.
Confesso, estou à procura de algum trabalho.
É estranho ficar tanto tempo sem fazer nada, sem se preocupar com horários - difícil passar um dia inteiro sem olhar para o relógio.
Pensei em assistir um filme, mas meu cérebro me boicota e grita bem alto que não é isso que ele quer.
Cigarros e cigarros, a fumaça que lembra café, que lembra trabalho, que lembra que amanhã eu não preciso acordar cedo...
Confesso também que dormir de tarde é uma arte, é um prazer raro. Atirar-se numa cama às quatro da tarde e acordar com o sol já posto, e com uma lua enorme, iluminando todo um rio, é algo fantástico.
Confesso também que já incomodei a chefe via msn, perguntanto se não há nada que eu pudesse fazer esse findi.
Acho que me perco sem rotina, sem trabalho, sem o cheiro do café forte passado.
Deve ser por isso que estou aqui escrevendo. Acho que desaprendi a só curtir o tempo. Só deixar ele passar.
Gosto sempre de pensar que somos donos do tempo, colocando limites em entregas, roteiros do que deve ser feito.
Até que um dia aparece um feriadão e descobre-se que o tempo é todo livre, que o tempo se mostra assim, sem amarras, que a velocidade quem dá é a gente.

Até que uma hora aparece um cãoduca, que abre a porta de casa, me pega pela mão - sim, quem o conhece sabe do que ele é capaz - e me leva pra ver a Lua.
Com ele no meu colo, um cigarro entre as mãos e um vinho pra esquentar, me perco no tempo.
E agora a única coisa que penso é que o tempo é a gente quem faz.


"Tempo amigo seja legal.
Conto contigo pela madrugada.
Só me derrube no final."

Pato Fu

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tranquilo, tranquilo.

Minha cabeça sempre tá criando textos.
Uma música, um cheiro, uma situação, tudo torna-se texto nessa cabeça doida.
Minha cabeça sempre peca na memória.
Falta-me lembrar do contexto daquele que, dentro da minha cabeça, seria meu melhor texto.
Falta-me tempo para escrevê-lo na hora em que ele se cria, assim, quase que pronto, esperando para ser lido.
Nesse monte de frases, mais me sobra do que falta.
E aí fica um monte de palavras sortidas, com letras coloridas, mergulhando na minha mente. Uma hora eu junto tudo, faço um texto sobre o fim do mundo e ainda espero o leitor rir.
Um dia eu levo esse blog a sério.
Talvez eu até me leve mais a sério e aprenda que a vida não é sór rir.
Talvez, quem sabe, um dia...
Até lá vou criando letras, textos, mudando o sentido das palavras e do por vir.
A vida é uma surpresa, quase tão divertida quanto a minha cabeça.
O sorriso é bom de se levar.
E na paráfrase, o Reis avisa, "vai tranquilo, que o mundo é bão!".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

êêê bundalelê!!

Mas então, Carnaval chegando!!

depois de tantos anos trabalhando em pleno feriadão nacional do Bundalelê, este ano terei folga.
Sim, folga. Mas e o que fazer com essa folga? Ir pra praia e descer até o chão, rebolando na batida de qualquer pancadão?
Pois é, Carnaval taí, o que me deixa feliz é saber que após o término deste feriadão, o país começa a andar... a passos de ressaca, mas começa.

Minhas opções carnavalísticas são nulas poucas. Mas todas as duas incluem fazer nada, deitar na rede, beber muita água que passarinho não bebe e manter meus ouvidos o mais longe possível de qualquer funksambapagode ou o raioqueoparta!

Na verdade, acho carnaval a data mais propícia para se tomar um bule de chá de cogumelos sumiço e se enfiar no meio de um mato qualquer. Longe da cidade, das músicas poluentes e principalmente, da programação da televisão aberta.


Aliás, falando em tv aberta, dia 22 tem o Oscar, sim, a grande premiação do cinema mundial. Mas dia 22 também tem Carnaval! a grande premiação da buzanfa nacional.
Logo, nada de Oscar na tv aberta, há menos que bata uma caridade na Rede Globo e esta decida repassar os direitos pra qualquer outra tevê aberta.
okei, that's a joke.


Pois bem, então era isso. Sigo aqui trabalhando e pensando no meu Carnaval...
Uma rede, vinis e mais vinis dos Beatles, um chá bem gelado - momento piadeeeeenha - e paz...
Sim, Era de Aquário, agora eu só quero paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaz, paz e arroz. Porque essa tal história de amor é só pra complicar a vida do cara!


ihihihihih


adieu e um trudilu

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Os efeitos sobre mim

Diz que no sábado chegou a Era de Aquário. Eu, como uma oportunista, aproveitei essa fase astral, e culpei a mesma por minhas decisões (futuras e já tomadas).

Aliás, dá pra dizer que a Rosana tem um dedinho nisso também. Lendo a frase dela: "Este é um momento para dizer sim diante de toda verdade e, ao encarar a falsidade, dizer simplesmente não.", pensei na identificação e no quanto essa frase deveria se incorporar à fase que estou.
Confesso que sempre fui mais de aguentar certas situações, tentando evitar uma briga, uma rusga...
Mas as situações bizarras tomaram proporções mais bizarras ainda em 2008, fazendo com que eu revisse meus conceitos e, principalmente, meu silêncio.
Aos poucos fui conseguindo falar coisas que me incomodavam, tentando levar, assim digamos, na esportiva, até porque quem me conhece, sabe que meu tato e delicadeza com as palavras não é o meu forte. Eu falo, mas do jeito que sair.
Okei, aprendizados, tudo se aprende, até a falar de um modo não tão grotesco, até a deixar claro que "não, eu não preciso desse tipo de relação na minha vida".

Por muitos anos eu me acostumei com a mentira na minha vida, sempre tive um ou outro amigo que mentiam. Mas aquela mentira de cara dura sabe? De te olhar nos olhos e jurar que não. POr muitos anos fui me acostumando, pensando que eu não poderia deixar de ser amigo dessa pessoa, que a mentira é uma falha no caráter e que o amigo precisava de ajuda e blá blá blá essa minha ingenuidade ainda me mata. Fui me acostumando com essa relação de amizade de mão única. Eu confiava no amigo, que confiava em toda torcida do Grêmio e, se bobear, na do Inter também.
Eu tentei não acreditar por tanto tempo, até que vi que essa relação não me fazia bem e que o problema estava em mim, em manter uma relação que em nada lembrava amizade. Sempre fui de conversar, de expôr o que sinto, principalmente com amigos, e ainda tentei salvar aquilo que eu pensava ser amizade... Mas aí pensei em todas as amizades que tenho, as verdadeiras. E todas essas, eu cuido como o bem mais precioso que eu tenho - aprendizados, aprendizados...

Resumindo: é preciso coragem pra tirar da nossa vida aquilo que não tem mais porquê.

Terminei 2008 dizendo aos quatro cantos que 2009 seria eletrizante. E será, porque o meu ano quem fará sou eu. E 2009 tem tudo pra ser um ano colorido e muito divertido.

Palavra-chave de 2009 - pra mim, é claro: verdade.


"E o que for na vontade vale. E o que for de verdade vale. E o que for numa boa vale. O grande lance é a gente ser feliz"